As Abordagens Policiais e o Caso Miranda v. Arizona (1966): violência institucional e o papel das cortes constitucionais na garantia da assistência do defensor na fase policial
DOI:
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v4i1.109Palavras-chave:
Direitos Fundamentais, Direito ao Silêncio, Direitos do Acusado, Processo Penal, Miranda v. Arizona, Suspeito.Resumo
O texto analisa a doutrina construída a respeito dos direitos do acusado nos Estados Unidos, a partir da decisão da Suprema Corte no caso Miranda v. Arizona (1966). Descreve-se o modo como o direito de não produzir prova contra si (nemo tenetur se detegere) se manifesta na fase de policiamento, identificação de suspeitos e investigação policial. Pretende-se, com isso, demonstrar as diferenças entre o direito estadunidense e o direito brasileiro, realçando, neste caso, o caráter essencialmente formal das interpretações que visam a garantir direitos aos suspeitos. Desse modo, intenta-se demonstrar a responsabilidade pela violência institucional presente em decisões do Supremo Tribunal Federal, que, ao contrário da Suprema Corte dos Estados Unidos, não se defronta com as dimensões práticas e constitucionais da custódia de suspeitos e das confissões feitas na fase policial.
Downloads
Referências
BECKWHIT V. UNITED STATES, 425 U.S. 341, 1976. Disponível em: <http://caselaw.findlaw.com/us-supreme-court/425/341.html>. Acesso em 28 dez. 2017.
BOTTINO, Thiago. O Direito ao Silêncio na Jurisprudência do STF. Rio de Janeiro: Campus, 2009.
BOYD V. UNITED STATES, 1886. Disponível em: <http://caselaw.findlaw.com/us-supreme-court/116/616.html>. Acesso em 29 dez. 2017.
BRANDÃO, Rodrigo. Diálogos constitucionais nos Estados Unidos e no Brasil. Revista Jurídica Luso Brasileira, a. 1, n. 4, p. 1443-1490, jan. 2015.
CARVALHO, Salo. Revisita à Desconstrução do Modelo Jurídico Inquisitorial. Revista da Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais, v. 2, n. 2, p. 229-252, jan-jun 2005.
DUARTE, Evandro C. Piza, QUEIROZ, Marcos Vinícius Lustosa, GARCIA, Rafael de. A Rebelião da Prisão de Attica (Nova Iorque, 1971): opressão racial, encarceramento em massa e os deslocamentos da retórica da igualdade. In: MACHADO, Bruno Amaral; ZACKSESKI, Cristina; DUARTE, Evandro Piza (orgs). Criminologia e Cinema: narrativas sobre violência. São Paulo: Marcial Pons; Fundação Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, 2016.
ELSEN, Sheldon H.; ROSETT, Arthur. Protections for the Suspect under Miranda v. Arizona. Columbia Law Review, v. 67, n. 4, p. 645-670, 1967. https://doi.org/10.2307/1121083
ESCOBEDO v. ILLINOIS, 378 U.S. 478, 1964. Disponível em: <http://caselaw.lp.findlaw.com/scripts/getcase.pl?court=us&vol=378&invol=478>. Acesso em 19 set. 2017.
FARIA, Bento de. Código de Processo Penal. Rio de Janeiro: Record, 1960.
FRANCO, Ary Azevedo. Código de Processo Penal. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1956.
GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antonio Magalhães; SCARANCE FERNANDES, Antonio. As Nulidades no Processo Penal. São Paulo: RT, 2010.
LEO, Richard A., e KOENIG, Alexa. Police Interrogation and Coercion in Domestic American History: Lessons for the War on Terror. In: NUSSBAUM, Martha and ANDERSON, Scott (eds.). Torture, Law and War: what are the moral and legal boundaries of the use of coercion in interrogation? Chicago: University of Chicago Press, 2010.
LEO, Richard A. The Third Degree and the Origins of Psychological Interrogation in the United States. In: LASSITER, Daniel (ed.). Interrogations, Confessions, and Entrapment. Kluwer Academic/Plenum Publishers, 2004. https://doi.org/10.1007/978-0-387-38598-3_3
LEWIS, Peter W. Criminal Procedure: the Supreme Court's view. St. Paul: West Publishing Co, 1979.
LIMA, Roberto Kant de. Cultura jurídica e práticas policiais: a tradição inquisitorial. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 4, n. 10, p. 65-83, 1989.
LIPPMAN, Matthew. Miranda v. Arizona: Twenty Years Later. Criminal Justice Journal, v. 9, p. 241-290, jan. 1986.
LOPES JR, Aury. Direito Processual Penal e sua conformidade constitucional. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
LOPES JR., Aury; GLOECKNER, Ricardo J. Investigação Preliminar no Processo Penal. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
LOPES JR., Aury. Quando Cinderela terá suas próprias roupas? A necessária recusa à teoria geral do processo. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, vol. 1, n. 1, p. 230-237, 2015. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v1i1.13
MIRANDA V. ARIZONA, 384 U.S. 436, 1966. Disponível em: <http://caselaw.lp.findlaw.com/scripts/getcase.pl?navby=case&court=us&vol=384&page=436>. Acesso em 19 set. 2017.
OREGON v. MATHIASON, 429 U.S. 492, 1977. Disponível em: <http://caselaw.findlaw.com/us-supreme-court/429/492.html>. Acesso em 19 set. 2017.
RILEY, Gail Blasser. Miranda v. Arizona: rights of the accused. Berkeley Heights: Enslow Publishers, 1994.
SCARANCE FERNANDES, Antônio. A Mudança no Tratamento do Interrogatório. Boletim IBCCRIM, ano 17, nº 200, 2009.
SCARANCE FERNANDES, Antônio. Processo Penal Constitucional. São Paulo: RT, 2012.
SONGER, Donald R.: SHEEHAN, Reginald S. Supreme Court Impact on Compliance and Outcomes: Miranda and New York Times in the United States Court of Appeals. The Western Political Quarterly, Vol. 43, No. 2, 1990, p. 297-316. https://doi.org/10.1177/106591299004300206
TROIS NETO, Paulo Mário Canabarro. Direito à não autoincriminação e direito ao silêncio. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
WANDERLEY, Gisela Aguiar. Liberdade e Suspeição no Estado de Direito: o poder policial de abordar e revistar e o controle judicial de validade da busca pessoal. Dissertação (Mestrado em Direito) - Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
WANDERLEY, Gisela Aguiar. A busca pessoal no direito brasileiro: medida processual probatória ou medida de polícia preventiva? Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 3, n. 3, p. 1117-1154, set. 2017. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v3i3.96
ZANARDI, Tatiane Imai. Investigação Criminal Defensiva: uma prática a ser difundida. Revista Justiça e Sistema Criminal, v. 8, n. 14, p. 191-216, 2016.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação, impressa e/ou digital.
Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de auto-plágio.
- Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação, além do link DOI para referência cruzada. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original.
Por se tratar de periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte, conforme a licença da Creative Commons.
A partir de 2022, os artigos publicados na RDPP estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Os artigos puliicados até 2021 adotaram a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
---------------
Arquivamento e distribuição
Permite-se sem restrições o arquivamento do PDF final publicado, em qualquer servidor de acesso aberto, indexador, repositório ou site pessoal, como Academia.edu e ResearchGate.