Prisão preventiva e standards de prova: propostas para o processo penal brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v7i3.617Palavras-chave:
standard de prova, prisão preventiva, prova penal, epistemologia jurídica.Resumo
A partir das recentes discussões no âmbito da epistemologia jurídica, o presente trabalho pretende investigar e propor standards de prova para a decisão que decreta a prisão preventiva do imputado no processo penal brasileiro. Com este objetivo, na primeira parte responderá aos seguintes questionamentos: por que utilizar standards de prova e como formular um standard de prova. A seguir, analisará a relação entre a técnica processual de cognição e os standards probatórios e explicitará a estrutura fático-legal da decisão judicial sobre medidas cautelares pessoais. Finalmente, a partir destes aportes teóricos, somados à análise dos conceitos utilizados pelo legislador e da interpretação dada pela processualística penal brasileira aos dispositivos legais, o estudo proporá standards de prova tanto para o fumus comissi delicti quanto para o periculum libertatis. A metodologia utilizada ao longo do trabalho será a revisão bibliográfica de estudos sobre epistemologia jurídica e direito processual penal.
Downloads
Referências
ANDERSON, Terence; SCHUM, David; TWINING, William. Análisis de la prueba. Trad. coord. por Flavia Carbonell y Claudio Agüero. Madrid: Marcial Pons, 2015.
ANDRÉS IBÁÑEZ, Perfecto. “Carpintaria” da Sentença Penal (em Matéria de “Fatos”). Trad. de Lédio Rosa de Andrade. In: Valoração da Prova e Sentença Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006. p. 119-162.
ANDRÉS IBÁÑEZ, Perfecto. Vicisitudes e itinerarios de la convicción probatoria en proceso penal. In: Prueba y convicción judicial en el proceso penal. Buenos Aires: Hammurabi, 2009. p. 27-72.
APONTE CARDONA, Alejandro. La detención preventiva en la nueva legislación procesal penal: hacia una prevalencia del principio de libertad (2005). In: Derecho Penal y Filosofía. Vol. I: Textos Escogidos. Bogotá: Grupo Editorial Ibáñez, 2014. p. 429-479.
ARANHA, Adalberto José Q. T. de Camargo. Da prova no processo penal (1983). 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1987.
BADARÓ, Gustavo Henrique. Epistemologia judiciária e prova penal. São Paulo: RT, 2019.
BADARÓ, Gustavo Henrique. Ônus da Prova no Processo Penal. São Paulo: RT, 2003.
BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Standards Probatórios. In: KNIJNIK, Danilo (Org.). Prova Judiciária. Estudos sobre o novo direito probatório. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007. p. 153-179.
BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Standards Probatórios no Processo Penal. Revista Jurídica, v. 363, p. 127-144, 2008.
BARROS, Romeu Pires de Campos. Processo Penal Cautelar (1982). 2ª ed. Brasília: Gazeta Jurídica, 2017.
BARROS, Romeu Pires de Campos. Sistema do Processo Penal Brasileiro. Vol. I: Princípios Fundamentais do Processo Penal. Rio de Janeiro: Forense, 1987.
BINDER, Alberto M. Derecho Procesal Penal. Tomo V. Buenos Aires: Ad-Hoc, 2021.
CALAMANDREI, Piero. Introducción al estudio sistemático de las providencias cautelares (1936). Argentina: Ediciones Olejnik, 2018.
CALLARI, Francesco. The defendant’s guilt beyond a reasonable doubt in the Italian criminal justice system. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, vol. 7, n. 2, p. 1227-1260, mai./ago. 2021. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v7i2.577
CAPEZ, Rodrigo. Prisão e medidas cautelares diversas: a individualização da medida cautelar no processo penal. São Paulo: Quartier Latin, 2017.
CARLIZZI, Gaetano. Libero convincimento e ragionevole dubbio nel processo penale: storia prassi teoria. Bologna: Bonomo Editore, 2018.
CLERMONT, Kevin M. Standards of decision in law. Psychological and Logical Bases for the Standards of Proof, Here and Abroad. Durham: Carolina Academic Press, 2013.
COHEN, L. Jonathan. Lo probable y lo demostrable (1977). Trad. de Orión Vargas e Carlo Iván Ruiz. Medellín: Orión Vargas Vélez, 2017.
DAMAŠKA, Mirjan R. El derecho probatorio a la deriva (1997). Trad. de Joan Picó i Junoy. Madrid: Marcial Pons, 2015.
DEI VECCHI, Diego; CUMIZ, Juan. Estándares de suficiencia probatoria y ponderación de derechos: una aproximación a partir de la jurisprudencia de la Corte Penal Internacional. Madrid: Marcial Pons, 2019.
DELMANTO JUNIOR, Roberto. Liberdade e prisão no processo penal: as modalidades de prisão provisória e seu prazo de duração (1998). 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito Processual Penal (1974). Reimp. Coimbra: Coimbra Editora, 2004.
ESPÍNOLA FILHO, Eduardo. Código de processo penal brasileiro anotado. Vol. III (1942). 5ª ed. Rio de Janeiro: Borsoi, 1960.
FERNANDES, Antonio Scarance. Teoria geral do procedimento e o procedimento no processo penal. São Paulo: RT, 2005.
FERRER BELTRÁN, Jordi. La valoración racional de la prueba. Madrid: Marcial Pons, 2007.
FERRER BELTRÁN, Jordi. Presunción de inocencia y prisión preventiva. In: VÁZQUEZ, Carmen (coord.). Hechos y Razonamiento Probatorio. México: CEJI, 2018. p. 137-165.
FERRER BELTRÁN, Jordi. Prova e verdade no direito (2003). Trad. de Vitor de Paula Ramos. São Paulo: RT, 2017.
FERRER BELTRÁN, Jordi. Prueba sin convicción: estándares de prueba y debido proceso. Madrid: Marcial Pons, 2021.
GARCIA, Basileu. Comentários ao Código de Processo Penal. Vol. III. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1945.
GASCÓN ABELLÁN, Marina. Los hechos en el derecho. Bases argumentales de la prueba. 3ª ed. Madrid: Marcial Pons, 2010.
GASCÓN ABELLÁN, Marina. Sobre la posibilidad de formular estándares de prueba objetivos. In: VÁZQUEZ, Carmen (coord.). Hechos y Razonamiento Probatorio. México: CEJI, 2018. p. 67-80.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. A motivação das decisões penais (2001). 2ª ed. rev. e atual. São Paulo: RT, 2013.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Direito à prova no processo penal. São Paulo: RT, 1997.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Presunção de inocência e prisão cautelar. São Paulo: Saraiva, 1991.
GONZÁLEZ LAGIER, Daniel. ¿Es posible formular un estándar de prueba preciso y objetivo? Algunas dudas desde un enfoque argumentativo de la prueba. In: FERRER BELTRÁN, Jordi; VÁZQUEZ, Carmen (eds.). El razonamiento probatorio en el proceso judicial. Un encuentro entre diferentes tradiciones. Madrid: Marcial Pons, 2020. p. 426-431.
GONZÁLEZ LAGIER, Daniel. La inferencia probatoria. In: Quaestio Facti. Ensayos sobre prueba, causalidad y acción. Palestra-Temis: Lima-Bogotá, 2005. p. 53-107.
GRINOVER, Ada Pellegrini; GOMES FILHO, Antonio Magalhães; FERNANDES, Antonio Scarance. As nulidades no processo penal. 6ª ed. São Paulo: RT, 1999.
HOLLÄNDER, Pavel. Proof and Changing Idea of Truth in Legal Thinking: Reflection on Postmodernism. In: TICHÝ, Luboš (ed.). Standards of Proof in Europe. Alemanha: Mohr Siebeck, 2019. p. 3-18.
JUSTIÇA GLOBAL. Corte Interamericana questiona Estado brasileiro sobre recorrentes violações de direitos humanos no cárcere. Data: 1º de junho de 2021. Disponível em: <http://www.global.org.br/blog/corte-interamericana-questiona-estado-brasileiro-sobre-recorrentes-violacoes-de-direitos-humanos-no-carcere/>. Acesso em: 29 de junho de 2021.
KNIJNIK, Danilo. A prova nos Juízes Cível, Penal e Tributário. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
KNIJNIK, Danilo. Os standards do convencimento judicial: paradigmas para o seu possível controle. Revista Forense, v. 97, n. 353, p. 15-52, 2001.
LAUDAN, Larry. ¿Es razonable la duda razonable? (2003). Trad. de Jose R. Beguelin. In: El estándar de prueba y las garantías en el proceso penal. Buenos Aires: Hammurabi, 2011. p. 119-195.
LAUDAN, Larry. Por qué un estándar de prueba subjetivo y ambiguo no es un estándar (2005). Trad. de Raul Calvo Soler. In: El estándar de prueba y las garantías en el proceso penal. Buenos Aires: Hammurabi, 2011. p. 57-86.
LAUDAN, Larry. The Law’s Flaws. Rethinking Trial and Errors? Milton Keynes: College Publications, 2016.
LOUREIRO JUNIOR, José. Conceito da prisão preventiva. São Paulo: RT, 1957.
MALTA, Tostes. Da prisão preventiva (Doutrina – Legislação – Jurisprudência) (1933). São Paulo: Saraiva & Comp., 1935.
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Vol. II. Rio de Janeiro: Companhia Forense, 1961.
MARQUES, José Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Vol. IV (1961). 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1965.
MATIDA, Janaina; VIEIRA, Antonio. Para além do BARD: uma crítica à crescente adoção do standard de prova “para além de toda a dúvida razoável” no processo penal brasileiro. Revista Brasileira de Ciências Criminais, vol. 156, ano 27, p. 221-248, São Paulo, jun. 2019.
MENDES, Paulo de Sousa. Medida da Prova. In: MENDES, Paulo de Sousa; PEREIRA, Rui Soares (coord.). Prova Penal Teórica e Prática. Coimbra: Almedina, 2019. p. 19-40.
MITIDIERO, Daniel. Antecipação da Tutela: da tutela cautelar à técnica antecipatória (2013). 4ª ed. São Paulo: RT, 2019.
MORAES, Maurício Zanoide. Decisão judicial e medidas cautelares pessoais: em busca de um modelo decisório ideal. In: VAZ, Denise Provasi et al. (orgs.). Eficiência e garantismo no processo penal: estudos em homenagem a Antonio Scarance Fernandes. São Paulo: LiberArs, 2017. p. 289-313.
MORAES, Maurício Zanoide de. Presunção de Inocência no Processo Penal Brasileiro: análise de sua estrutura normativa para a elaboração legislativa e para a decisão judicial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
NARDELLI, Marcella Mascarenhas. Presunção de Inocência, Standards de Prova e Racionalidade das Decisões sobre os Fatos no Processo Penal. In: SANTORO, Antonio E. R.; MALAN, Diogo Rudge; MIRZA, Flávio (org.). Crise no Processo Penal Contemporâneo: escritos em homenagem aos 30 anos da Constituição de 1988. Belo Horizonte: D'Plácido, 2018. p. 289-309.
NANZER, Alberto. La regularidad como derecho individual. Fundamentos para una teoría normativa del proceso penal. Madrid: Marcial Pons, 2021.
NOBILI, Massimo. Die freie richterliche Überzeugungsbildung (1974). Trad. de Thomas Vormbaum. Baden-Baden: Nomos Verlagsgesellschaft, 2001.
ORTEGA GOMERO, Santiago (dir.). Proceso, prueba y estándar. Lima: ARA. 2009.
PÁEZ, Andrés (ed.). Discusiones XVIII: “Estándares de prueba”, nº 18, 2|2016, EDIUNS, 2018.
PÁEZ, Andrés (coord.). Hechos, evidencia y estándares de prueba. Ensayos de epistemología jurídica. Bogotá: Universidad de los Andes, 2015.
PALACIOS MOSQUERA, Luis Blaimir. Detención preventiva y control de convencionalidad: el “peligro para la comunidad” desde la perspectiva del Sistema Interamericano de Derechos Humanos. Bogotá: Grupo Editorial Ibáñez, 2018.
PEIXOTO, Ravi. Standards probatórios no direito processual brasileiro. Salvador: JusPodivm, 2021.
PRADO, Geraldo. Excepcionalidade da prisão provisória. In: FERNANDES, Og (coord.). Medidas Cautelares no Processo Penal: Prisões e suas alternativas. Comentários à Lei 12.403, de 04.05.2011. São Paulo: Editora RT, 2011. p. 101-204.
SÁNCHEZ-VERA GÓMEZ TRELLES, Javier. Variaciones sobre la presunción de inocencia: análisis funcional desde el Derecho penal. Madrid: Marcial Pons, 2012.
SANGUINÉ, Odone. Prisão cautelar, medidas alternativas e direitos fundamentais. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
SCHENK, Leonardo Faria. Cognição sumária: limites impostos pelo contraditório no processo civil. São Paulo: Saraiva, 2013.
SCHWEIZER, Mark. Beweiswürdigung und Beweismaß: Rationalität und Intuition. Leipzig: Mohr Siebeck, 2015.
TICHÝ, Luboš (ed.). Standards of Proof in Europe. Alemanha: Mohr Siebeck, 2019.
TARUFFO, Michele. A motivação da sentença civil (1975). Trad. de Daniel Mitidiero, Rafael Abreu e Vitor de Paula Ramos. São Paulo: Marcial Pons, 2015.
TARUFFO, Michele. La prueba de los hechos (1992). Trad. Jordi Ferrer Beltrán. 4ª ed. Madrid: Editorial Trotta, 2011.
TARUFFO, Michele. Uma simples verdade: o juiz e a construção dos fatos (2009). Trad. de Vitor de Paula Ramos. São Paulo: Marcial Pons, 2016.
TORNAGHI, Hélio. Instituições de Processo Penal. Vol. IV. Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense, 1959.
TUCCI, Rogério Lauria. Persecução Penal, Prisão e Liberdade. São Paulo: Saraiva, 1980.
TRENTO, Simone. As cortes supremas diante da prova. São Paulo: RT, 2018.
VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. A prova no processo penal: a importância da valoração do lastro probatório e de seu controle por meio recursal. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, v. 13, n. 2, p. 695-721, 2018. https://doi.org/10.5902/1981369430012
VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. Standard probatório para condenação e dúvida razoável no processo penal: análise das possíveis contribuições ao ordenamento brasileiro. Revista Direito GV, v. 16, n. 2, p. 1-26, maio/ago 2020. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6172201961
VÁZQUEZ, Carmen (ed.). Estándares de prueba y prueba científica. Ensayos de epistemología jurídica. Madrid: Marcial Pons, 2013.
VIEIRA, Renato Stanziola. Controle da Prova Penal: Obtenção e Admissibilidade. São Paulo: Editora RT, 2021.
VITALE, Gustavo L. Encarcelamiento de presuntos inocentes. Hacia la abolición de una barbarie. Buenos Aires: Hammurabi, 2007.
WATANABE, Kazuo. Da cognição no processo civil (1987). 2ª ed. atual. Campinas: Bookseller, 2000.
WHITMAN, James Q. The origins of reasonable doubt. Theological roots of the criminal trial. Yale University Press: New Heaven-London, 2008.
ZAZA, Carlo. Il ragionevole dubbio nella logica della prova penale. Milano: Giuffrè Editore, 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação, impressa e/ou digital.
Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de auto-plágio.
- Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação, além do link DOI para referência cruzada. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original.
Por se tratar de periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte, conforme a licença da Creative Commons.
A partir de 2022, os artigos publicados na RDPP estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Os artigos puliicados até 2021 adotaram a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
---------------
Arquivamento e distribuição
Permite-se sem restrições o arquivamento do PDF final publicado, em qualquer servidor de acesso aberto, indexador, repositório ou site pessoal, como Academia.edu e ResearchGate.