A autoridade competente para determinar buscas e apreensões em perspectiva comparada: pela necessidade de controle judicial
DOI:
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i3.412Palavras-chave:
busca e apreensão, mandado, investigação criminal, Ministério Público, poderes da promotoria.Resumo
Buscas e apreensões são exemplos de meios de investigação dirigidos à descoberta de elementos probatórios, e irregularidades na sua condução de modo legal e razoável acarretam impacto direto na admissibilidade da prova durante o juízo. Contudo, buscas e apreensões por sua natureza também refletem significativamente em intervenções nos direitos individuais, caracterizando tais medidas como coercitivas e com risco de violações à privacidade e à dignidade da pessoa. Por esse motivo, a regulamentação das buscas e apreensões deve se dar de um modo compatível com a necessidade de efetividade das investigações e com uma proteção adequada contra atos abusivos. Uma dessas garantias é determinada pela definição da autoridade competente para ordenar as buscas e apreensões e a sua capacidade de proteger os direitos individuais. Enquanto é uma regra em alguns países (ex. EUA e Alemanha) que a expedição de um mandado de busca e apreensão somente pode ser determinada pelo juízo, em outros (ex. Polônia e Itália) isso pode ser feito pelo Ministério Público. Entretanto, como a maioria das buscas e apreensões são realizadas sem mandado, é necessário analisar em paralelo se medidas sem mandado deveriam ser relegadas à discricionariedade da autoridade executante ou se deveriam ser submetidas a rigoroso controle por outra autoridade. Isso será feito com o objetivo de identificar soluções para assegurar a melhor proteção à pessoa contra buscas e apreensões abusivas e desproporcionais.
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