Quais os meios de prova no crime insider trading nos Estados Unidos da América?
A Metodologia de Análise de Decisões aplicada na busca de respostas
DOI:
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i1.697Palavras-chave:
Meios de prova;, Prova penal, Informação Privilegiada, Insider Trading, Metodologia de análise de decisões.Resumo
Este estudo objetiva responder: quais os meios de prova usados em casos criminais de insider trading nos Estados Unidos da América (EUA)?; Há a possibilidade desses meios de prova serem aplicados nas ações penais brasileiras sobre o tema?. Estabelece-se o conceito do uso de informações privilegiadas em sua faceta criminal pela exposição das controvérsias na temática e de como esta é tratada na literatura nacional e internacional, por constituir um estudo comparado. Depois, aborda-se a Metodologia de Análise de Decisões como forma de investigação empírica, para que se discuta a atividade probatória nos crimes de insider trading. Discute-se como os EUA enfrentam o assunto, especialmente, quanto ao papel das provas, para trazer elementos para o aplicador da lei brasileira. A abordagem é qualitativa e quantitativa, com revisão de literatura e Metodologias de Análise de Conteúdo e Análise de Decisões. A unidade de análise são casos criminais estadunidenses, em 2019. Concluem-se como meios de prova usados nestes: quebra de sigilo telefônico; confissão; testemunhos; prova emprestada; comunicação com sindicatos; análise estatística; artigos de jornais e conclusões do Comitê de Auditoria da própria empresa. São provas, plenamente, possíveis de levantamento e construção pelo Judiciário criminal brasileiro, então, apresentam-se propostas de melhoria.
Downloads
Referências
ALONSO, Leonardo. Crimes contra o Mercado de Capitais. 2009. 200f. Dissertação (Mestrado em Direito Penal) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
AMARAL, Thiago Bottino do; OLIVEIRA, Eduardo. Seletividade do sistema penal nos crimes contra o mercado de capitais. In: AMARAL, Thiago Bottino do; MALAN, Diogo. Direito Penal e Economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 147-175.
ANDRADE, Mariana Dionísio de. As determinantes da sobrevivência política: uma análise sobre a duração dos secretários estaduais entre 1990 e 2016. 2018. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Ciência Política, CFCH, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.
ÁVILA, Bruna Furini Lazaretti; AMARAL, Mariana Moreno do. Do campo das falsas memórias às falsas memórias. Brazilian Journal of Empirical Legal Studies, v. 5, n. 3, p. 93-117, 2018. Disponível em: <https://reedrevista.org/reed/article/view/279/pdf>. Acesso em: 12 ago. 2022.
BADARÓ, Gustavo H. Prova penal: fundamentos epistemológicos e jurídicos. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 4, n. 1, Editorial Dossiê, p. 43-80, jan./abr. 2018. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v4i1.138
BAINBRIDGE, Stephen M. Research handbook on insider trading. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2013.
BECK, Ulrich; GIDDENS, Anthony; LASH, Scott. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. Tradução Magda Lopes. Revisão técnica Cibele Saliba Rizek. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2012.
BENY, Laura N. A comparative empirical investigation of agency and market theories of insider trading. Law & Economics Working Papers Archive, Michigan, 2004. Disponível em: <https://repository.law.umich.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1003&context=law_econ_archive>. Acesso em: 12 ago. 2022.
CANE, Peter; KRITZER, Herbert M. The Oxford handbook of empirical legal research. New York: Oxford Handbooks in Law, 2010.
CAVERO, Percy Garcia. Derecho Penal Econômico. Parte General. 2. ed. Grijley: Lima, 2007.
CHARÃO, Anderson Pereira; RIBEIRO, Marcia Carla Pereira. A (in)eficiência da punição do insider trading à luz da análise econômica do direito e da jurisprudência da comissão de valores mobiliários. Economic Analysis of Law Review, [s.l.], v. 10, n. 1, p. 142-157, 2019. https://doi.org/10.31501/ealr.v10i1.8770
COSTA, Isac Silva. High Frequency Trading é uma nova forma de insider trading?. In: PARENTONI, Leonardo; GONTIJO, Bruno Miranda; LIMA, Henrique Cunha Souza (Orgs.). Direito, Tecnologia e Inovação. v. 1. Belo Horizonte: D'Placido, 2018. p. 527-553.
DE GRANDIS, Rodrigo. Aspectos penais do uso de informação privilegiada (insider trading) no direito brasileiro. In VILARDI, Celso Sanchez; BRESSER PEREIRA, Flávia Rahal; DIAS NETO, Theonomiro (Coordenadores). Direito Penal Econômico. Crimes financeiros e correlatos. São Paulo: Saraiva, 2011, p.168
EIZIRIK, Nelson et al. Mercado de capitais: regime jurídico. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Renovar, 2011.
ENGELEN, Peter-Jan. Criminal Behavior: A real option approach with an application to restricting illegal insider trading. European Journal of Law and Economics, v. 17, n. 3, p. 329-352, 2004. Disponível em: <http://eale2002.phs.uoa.gr/papers/Engelen.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2022.
FERREIRA, Laila Cristina Duarte. Divulgação de informações no mercado de valores mobiliários brasileiro: a regulação da atividade jornalística. 2013. 240 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
FREITAS FILHO, Roberto; LIMA, Thalita Moraes. Metodologia de análise de decisões - MAD. Universitas Jus, Brasília, v. 2, n. 21, p. 1-17, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.5102/unijus.v2i0.1206. Acesso em: 11 ago. 2022.
GIRÃO, Luiz Felipe de Araújo Pontes; MARTINS, Orleans Silva; PAULO, Edilson. Avaliação de empresas e probabilidade de negociação com informação privilegiada no mercado brasileiro de capitais. Revista de Administração (São Paulo), v. 49, n. 3, p. 462, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.5700/rausp1161. Acesso em: 11 ago. 2022.
GILSON, Ronald J.; KRAAKMAN, Reinier H. The Mechanisms of Market Efficiency Twenty Years Later: The Hindsight Bias. Stanford Law & Economics. Working Paper, n. 240, 2013. Disponível em: <https://scholarship.law.columbia.edu/faculty_scholarship/1299/>. Acesso em: 10 ago. 2022.
GUESTRIN, Sergio G. Fundamentos para un nuevo análisis económico del derecho: de las fallas del mercado al sistema jurídico. [s.l.]: Ábaco de Rodolfo Depalma, 2004. GUERRA, Luis; BOTTINO, Thiago. O crime de uso indevido de informação privilegiada (insider trading): a persistente dificuldade probatória do delito após a edição da Lei 13.506, de 2017. Revista da Procuradoria-Geral do Banco Central, v. 13, n. 1, p. 135-150, 2019. Disponível em: <https://periodicos.uninove.br/prisma/article/view/16005>. Acesso em: 10 ago. 2022.
GUARAGNI, Fábio André; TANAKA, Carolline Mayumi. Falsas Memórias no Processo Penal: a incidência de falsas memórias na prova testemunhal. Revista Juridica, v. 2, n. 59, p. 181-209, 2020.
ISHIKAWA, Lauro; MELLO NETO, Benedicto de Souza. A problemática da autoria delitiva e do bem jurídico protegido no crime de “uso indevido de informação privilegiada” no mercado de Capitais Brasileiro. Revista Científica Hermes, v. 16, p. 49-68, 2016. https://doi.org/10.21710/rch.v16i0.296
KOZIKOSKI, Anne Carolina Stipp Amador. Limites da intervenção penal no mercado de valores: análise do uso de informação privilegiada-insider trading. 2018. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
KREPS, David M.; WILSON, Robert. Reputation and imperfect information. Journal of economic theory, [s.l.], v. 27, n. 2, p. 253-279, 1982. https://doi.org/10.1016/0022-0531(82)90030-8
LAGE, Telder Andrade. O insider trading: o alcance da proibição do uso de informações privilegiadas no mercado de capitais e a responsabilidade do insider. 2011. Dissertação (Mestrado em Direito Empresarial) - Faculdade de Direito Milton Campos, Minas Gerais, 2011.
LELAND, Hayne E. Insider Trading: should it be prohibited? Journal of political economy, v. 100, n. 4, p. 860, ago. 1992. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/2138691. Acesso em: 10 ago. 2022.
LIMA, Marcellus Polastri. Curso de Processo Penal. 9. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016.
LUCCHESI, Guilherme Brenner. O Objeto de Tutela Penal no Delito de Insider Trading. Uma análise crítica a partir da dogmática penal contemporânea. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 19, n. 90, p. 137-164, 2011. Disponível em: <https://www.academia.edu/2703278/O_objeto_de_tutela_penal_no_delito_de_insider_trading_Uma_análise_cr%C3%ADtica_a_partir_da_dogmática_penal_contemporânea>. Acesso em: 13 ago. 2022.
MORAES, Roque. Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32, 1999. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4125089/mod_resource/content/1/Roque-Moraes_Analise%20de%20conteudo-1999.pdf. Acesso em: 13 ago. 2022.
MOTA, Fernando de Andrade. O dever de divulgar fato relevante na companhia aberta. 2013. Dissertação (Mestrado em Direito Comercial) - Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
PRATAS, Marta Alexandra Fialho. O insider trading nos mercados financeiros: o papel da informação no funcionamento dos mercados e sua regulação. 2017. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2017.
PEDRAZZI, Cesare. Problema di tecnica legislativa. In: Diritto penale; III: Scriti di diritto penale dell' economia. Milano: Instituto di Diritto Penale e Processuale Penale/Giuffré, 2003. p. 129-156.
PRADO, Viviane Muller; RACHMAN Nora; VILELA, Renato. Insider trading: normas, instituições e mecanismos de combate no Brasil. São Paulo: FGV Direito SP, 2019. Coleção acadêmica livre.
PROENÇA, José M. M. Insider trading: regime jurídico do uso de informações privilegiadas no mercado de capitais. São Paulo: Quartier Latin, 2005.
ROSA, Alexandre Morais da. Guia Compacto do Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos. 3. ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2016.
SALOMÃO FILHO, Calixto. O novo direito societário. 3. ed., rev. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.
SANDICK, Harry. Statutory Background. In: SCHULTE, Roth; ZABEL, L. L. P.; DAVIS, Harry (Coords.). Insider trading. Law and compliance. Answer Book 2011-12. New York: Practising Law Institute, 2011.
SOUZA, Luciano Anderson; ARAUJO, Marina Pinhão (Orgs.). Direito penal econômico: leis penais especiais. v. 2. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
SCHIFFEL, Stephan; THIELSCHER, Michael. Representing and reasoning about the rules of general games with imperfect information. Journal of Artificial Intelligence Research, [s.l.], v. 49, p. 171-206, 2014. https://doi.org/10.1613/jair.4115
TRANFIELD, David; DENYER, David; SMART, Palminder. Towards a methodology for developing evidence-informed management knowledge by means of systematic review. British journal of management, v. 14, n. 3, p. 207-222, 2003. Disponível em: <https://www.academia.edu/22505199/Towards_a_Methodology_for_Developing_Evidence_Informed_Management_Knowledge_by_Means_of_Systematic_Review>. Acesso em: 10 ago. 2022.
UNITED STATES. Code of federal regulations. Govinfo, [s.l.], 2019. Disponível em: <https://www.govinfo.gov/app/search/>. Acesso em: 10 ago. 2022.
VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. Standard probatório para condenação e dúvida razoável no processo penal: análise das possíveis contribuições ao ordenamento brasileiro. Revista Direito GV, v. 16, n. 2, 2020. https://doi.org/10.1590/2317-6172201961
WANG, William K. S.; STEINBERG, Marc I. Introduction: Insider Trading. 3. ed. Oxford: Oxford University Press, 2010.
WARD, Robert. Breach of duty: classical theory. In: SCHULTE, Roth; ZABEL, L. L. P.; DAVIS, Harry (Coords.). Insider trading. Law and compliance. Answer Book 2011-12. New York: Practising Law Institute, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ives Nahama Gomes, Mariana Dionísio de Andrade
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação, impressa e/ou digital.
Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de auto-plágio.
- Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação, além do link DOI para referência cruzada. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original.
Por se tratar de periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte, conforme a licença da Creative Commons.
A partir de 2022, os artigos publicados na RDPP estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Os artigos puliicados até 2021 adotaram a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
---------------
Arquivamento e distribuição
Permite-se sem restrições o arquivamento do PDF final publicado, em qualquer servidor de acesso aberto, indexador, repositório ou site pessoal, como Academia.edu e ResearchGate.