Injustiça epistêmica agencial no processo penal e o problema das confissões extrajudiciais retratadas

Autores

  • Marcelo Navarro Ribeiro Dantas Universidade Nove de Julho – São Paulo/SP, Brasil Universidade de Brasília – Brasília/DF, Brasil
  • Thiago de Lucena Motta Universidade Nove de Julho – São Paulo/SP, Brasil Escola Nacional de Formação e Aprimoramento de Magistrados – Brasília/DF, Brasil https://orcid.org/0000-0002-4491-0933

DOI:

https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i1.791

Palavras-chave:

Injustiça epistêmica agencial, Confissão, Valoração da prova

Resumo

A injustiça epistêmica agencial no processo penal ocorre quando se imputa excessiva credibilidade a declarações prestadas pelo locutor em momentos de reduzida capacidade de autodeterminação. Especificamente no contexto da retratação de confissões extrajudiciais, questiona-se quais critérios jurídicos de valoração probatória racional seriam capazes de prevenir a ocorrência de injustiças agenciais. A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica em injustiça epistêmica, confiabilidade probatória da confissão e precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Analisando estudos empíricos sobre falsas confissões e as práticas forenses brasileiras, constata-se um risco relevante de ocorrência dessa forma de injustiça, tendo em vista que confissões extrajudiciais são largamente utilizadas para fundamentar sentenças condenatórias. O artigo conclui com duas propostas: (I) desconsiderar, para fins de valoração da prova, confissões extrajudiciais não confirmadas em juízo; e (II) adotar como um dos critérios de valoração da confissão o grau de efetiva agência epistêmica do acusado ao confessar, atribuindo-se menor credibilidade às confissões obtidas em situações de agência reduzida.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, Universidade Nove de Julho – São Paulo/SP, Brasil Universidade de Brasília – Brasília/DF, Brasil

    Mestre e Doutor em Direito (PUC/SP). Professor de Cursos de Graduação (UFRN/UnB) e Pós-Graduação (Uninove) em Direito. Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

  • Thiago de Lucena Motta, Universidade Nove de Julho – São Paulo/SP, Brasil Escola Nacional de Formação e Aprimoramento de Magistrados – Brasília/DF, Brasil

    Bacharel (UFRN/Universidade do Porto) e Mestrando em Direito (Uninove). Pós-Graduando em Direito Anticorrupção (Enfam). Analista Judiciário e Assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Referências

AMORIM, Maria Carolina de Melo. O inquérito penal: vicissitudes e mudanças necessárias. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 913-950, 2020. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i2.335

ANDRADE, Flávio da Silva. A tomada da decisão judicial criminal à luz da psicologia: heurísticas e vieses cognitivos. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 5, n. 1, p. 507-540, 2019. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v5i1.172

ANDRADE, Flávio da Silva. Standards de prova no processo penal. São Paulo: JusPodivm, 2022.

ARENDT, Hannah. Eichmann in Jerusalem: Ein Bericht von der Banalität des Bösen. 15. ed. München: Piper Verlag, 2013.

BADARÓ, Gustavo Henrique. Epistemologia judiciária e prova penal. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.

BLUMET, John; HELM, Rebecca. The unexonerated: factually innocent defendants who plead guilty. Cornell Law Review, Ithaca, v. 100, n. 1, p. 157-192, 2014. https://doi.org/10.2139/ssrn.2103787

BOHLANDER, Michael. Basic concepts of german criminal procedure: an introduction. Durham Law Review, Durham, v. 1, n. 1, p. 1-31, 2011.

CASTRO, Cássio Benvenutti de. Standards de prova na perspectiva da tutela dos direitos. Londrina: Thoth, 2021, p. 135.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Relatório sobre medidas destinadas a reduzir o uso da prisão preventiva nas Américas. 2017. Disponível em: <http://www.oas.org/pt/cidh/relatorios/pdfs/prisaopreventiva.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2022.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Situation of human rights in Brazil. 2021. Disponível em: <https://www.oas.org/en/iachr/reports/pdfs/Brasil2021-en.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2022.

CONECTAS. Tortura blindada. 2017. Disponível em: <https://www.conectas.org/wp-content/uploads/2017/12/2017_Tortura_Blindada_sumario_executivo.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2022.

CONECTAS et al. Julgando a tortura: análise de jurisprudência nos Tribunais de Justiça do Brasil (2005-2010). 2016. Disponível em: <https://issuu.com/julgandoatortura/docs/julgando_a_tortura>. Acesso em: 20 dez. 2022.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Subsídios à missão do Subcomitê das Nações Unidas para Prevenção da Tortura (SPT) ao Brasil. 2022. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/01/informe-spt-fevereiro-22-10h-impressao.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2022.

DAVIS, Emmalon. Typecasts, tokens, and spokespersons: a case for credibility excess as testimonial injustice. Hypatia, Cambridge, v. 31, n. 3, p. 485-501, 2020. https://doi.org/10.1111/hypa.12251

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. DPRJ reúne 1.250 relatos de maus tratos e tortura de presos em 1 ano. 2021. Disponível em: <https://sistemas.rj.def.br/publico/sarova.ashx/Portal/sarova/imagem-dpge/public/arquivos/Relat%C3%B3rio_casos_tortura_e_maus_tratos_junho2019-agosto2020_-_v3_(1).pdf>. Acesso em: 20 dez. 2022.

DORFMAN, David. Proving the lie: litigating police credibility. American Journal of Criminal Law, Austin, v. 26, n. 1, p. 455-503, 1999.

DRIZIN, Steven; REICH, Marissa. Heeding the lessons of history: the need for mandatory recording of police interrogations to accurately assess the reliability and voluntariness of confessions. Drake Law Review, Des Moines, v. 52, n. 4, p. 619-645, 2004.

DUNNING, David; WU, Kaidi. Hypocognition: making sense of the landscape beyond one’s conceptual reach. Review of General Psychology, Washington DC, v. 22, n. 1, p. 25-35, 2018. https://doi.org/10.1037/gpr0000126

FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

FERRER-BELTRÁN, Jordi. Valoração racional da prova. 2. ed. São Paulo: JusPodivm, 2022.

FERRUA, Paolo. La prova nel processo penale: struttura e procedimento (v. 1). Torino: G. Giappichelli, 2015.

FRICKER, Miranda. Epistemic injustice: power and the ethics of knowing. New York: Oxford University Press, 2007. https://doi.org/10.1111/j.1527-2001.2010.01098.x

FRICKER, Miranda. Evolving concepts of epistemic injustice. In: KIDD, Ian James; MEDINA, José; POHLHAUS JR., Gaile. Routledge handbook of epistemic injustice. Londres: Routledge, 2017, p. 53-60. https://doi.org/10.4324/9781315212043-5

GARRETT, Brandon. Actual innocence and wrongful convictions. IN: LUNA, Erik. Reforming criminal justice: pretrial and trial processes (v. 3). Phoenix: The Academy for Justice, 2017, p. 193-210.

HAACK, Susan. A foundherentist theory of empirical justification. In: MCGRATH, Matthew et al. Epistemology: an anthology. 2. ed. Oxford: Blackwell, 2008, p. 134-144.

HIRSCH, Alan. Going to the source: the 'new' Reid method and false confessions. Ohio State Journal of Criminal Law, Columbus, v. 11, n. 2, p. 803-826, 2014.

INNOCENCE PROJECT. DNA Exonerations in the United States. 2022. Disponível em: <https://innocenceproject.org/dna-exonerations-in-the-united-states/>. Acesso em: 20 dez. 2022.

JESUS, Maria Gorete Marques; RIGON, Bruno Silveira. Testemunho policial como prova no processo penal brasileiro: uma análise crítica da presunção de veracidade das narrativas policiais nos processos de tráfico de drogas. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 27, n. 162, p. 85-119, 2019.

JOHNSON, Vida. Bias in blue: instructing jurors to consider the testimony of police officer witnesses with caution. Pepperdine Law Review, Malibu, v. 44, n. 2, p. 245-304, 2017.

KASSIN, Saul. False confessions. WIREs Cognitive Science, Danvers, v. 8, n. 6, p. 1-11, 2017. https://doi.org/10.1002/wcs.1439

KROLL, Otmar. Wahre und falsche Geständnisse in Vernehmungen. Zeitschrift für Polizeiwissenschaft und polizeiliche Praxis, Wien, v.10, n. 2, p. 17-32, 2014, p. 29. https://doi.org/10.7396/2014_2_B

LACKEY, Jennifer. Credibility and the distribution of epistemic goods. In: MCCAIN, Kevin. Believing in accordance with the evidence: new essays on evidentialism. Cham: Springer, 2018, p. 145-168. https://doi.org/10.1007/978-3-319-95993-1_10

LACKEY, Jennifer. False confessions and testimonial injustice. Journal of Criminal Law and Criminology, Chicago, v. 110, n. 1, p. 43-68, 2020.

LACKEY, Jennifer. False confessions and subverted agency. Royal Institute of Philosophy Supplement, Cambridge, v. 89, n. 11, p. 11-35. 2021. https://doi.org/10.1017/S1358246121000072

LEO, Richard. Interrogation and confessions. In: LUNA, Erik. Reforming criminal justice: policing (v. 2). Phoenix: The Academy for Justice, 2017, p. 233-258.

LOPES JR., Aury; GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Investigação preliminar no processo penal. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 18. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021.

LUCON, Paulo Henrique dos Santos. Tribunais Superiores e standards de prova. In: MORAES, Alexandre de; MENDONÇA, André Luiz de Almeida. Democracia e sistema de justiça: obra em homenagem aos 10 anos do Ministro Dias Toffoli no Supremo Tribunal Federal. Belo Horizonte: Fórum, 2020, p. 499-509.

MALATESTA, Nicola Framarino dei. A lógica das provas em matéria criminal. São Paulo: Edijur, 2022.

MEDINA, José. The relevance of credibility excess in a proportional view of epistemic injustice: differential epistemic authority and the social imaginary. Social Epistemology, Colchester, v. 25, n. 1, p. 15-35, 2011. https://doi.org/10.1080/02691728.2010.534568

MEDINA, José. Group agential epistemic injustice: epistemic disempowerment and critical defanging of group epistemic agency. Philosophical Issues, Malden, v. 32, n. 1, p. 320-334, 2022. https://doi.org/10.1111/phis.12221

MELO, Marcos Eugênio Vieira. Neoinquisitorialismo processual penal e a contaminação do julgador com os atos de investigação: a burla interna no processo penal brasileiro como obstáculo ao contraditório. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 951-992, 2020. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i2.314

METERKO, Vanessa. Cognitive biases in criminal case evaluation: a review of the research. Journal of Police and Criminal Psychology, Washington DC, v. 37, n. 1, p. 101-122, 2022. https://doi.org/10.1007/s11896-020-09425-8

METERKO, Vanessa; WEST, Emily. Innocence Project: DNA exonerations, 1989-2014: review of data and findings from the first 25 years. Albany Law Review, Albany, v. 79, n. 3, p. 717-795, 2016.

MOSCATELLI, Lívia Yuen Ngan. Considerações sobre a confissão e o método Reid aplicado na investigação criminal. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 361-394, 2020. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i1.331

NATIONAL REGISTRY OF EXONERATIONS. Age and mental status of exonerated defendants who confessed. 2022. Disponível em: <https://www.law.umich.edu/special/exoneration/Documents/Age%20and%20Mental%20Status%20FINAL%20CHART.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2022.

NEVES, Thereza Cristina Coitinho das. A palavra policial como prova onipotente do tráfico de drogas e o grande encarceramento. In: ESPIÑERA, Brun; COLAVOLPE, Luís Eduardo; MATTOS FILHO, Maurício. A prova e o processo penal constitucionalizado: estudos em homenagem ao Ministro Sebastião Reis. Belo Horizonte: D'Plácido, 2021, p. 701-715.

NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no processo penal. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.

OFFICE OF THE UNITED NATIONS HIGH COMISSIONER FOR HUMAN RIGHTS (OHCHR). Brazil: UN experts decry acts of racialised police brutality. 2022. Disponível em: <https://www.ohchr.org/en/press-releases/2022/07/brazil-un-experts-decry-acts-racialised-police-brutality>. Acesso em: 19 dez. 2022.

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; FISCHER, Douglas. Comentários ao Código de Processo Penal e sua jurisprudência. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2021.

ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

PEIXOTO, Ravi. Standards probatórios no direito processual brasileiro. Salvador: JusPodivm, 2021.

PEREIRA, Eliomar da Silva. Teoria da investigação criminal. 3. ed. São Paulo: Almedina, 2022.

PRADO, Geraldo. A cadeia de custódia da prova no processo penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Marcial Pons, 2021.

RAMOS, Vitor de Paula. O procedimento probatório no novo CPC: em busca de interpretação do sistema à luz de um modelo objetivo de corroboração das hipóteses fáticas. In: DIDIER JR., Fredie et al. Direito probatório. 3 ed. Salvador: JusPodivm, 2018, p. 121-140.

REID, John et al. Criminal interrogation and confessions. 5. ed. Burlington: Jones & Bartlett, 2011.

REIMER, Norman; SABELLI, Martín Antonio. The tyranny of the trial penalty: the consensus that coercive plea practices must end. Federal Sentencing Reporter, Berkeley, v. 31, n. 4-5, p. 215-221, 2019. https://doi.org/10.1525/fsr.2019.31.4-5.215

ROMÁN, Victor Beltrán. Confesiones y riesgos de condenas e imputaciones erróneas: identificación de algunos aspectos problemáticos en Chile. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 601-651, 2022. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v8i2.724

ROSA, Alexandre Morais da; RUDOLFO, Fernanda Mambrini. A teoria da perda de uma chance probatória aplicada ao processo penal. Revista Brasileira de Direito, Passo Fundo, v. 13, n. 3, p. 455-471, 2017. https://doi.org/10.18256/2238-0604.2017.v13i3.2095

ROXIN, Claus. Derecho procesal penal. Buenos Aires: Del Puerto, 2003.

SAMPAIO, André Rocha; RIBEIRO, Marcelo Herval Macêdo; FERREIRA, Amanda Assis. A influência dos elementos de informação do inquérito policial na fundamentação da sentença penal condenatória: uma análise das sentenças prolatadas pelas varas criminais de Maceió/AL. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 175-210, 2020. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i1.299

SCHNEIDER, Teresa; MAY, Lennart. Minimierende und maximierende Vernehmungstaktiken: Risiko falscher Geständnisse und sozialpsychologische Wirkmechanismen. Forensische Psychiatrie, Psychologie, Kriminologie, Berlin, v. 15, n. 4, p. 355-367, 2021. https://doi.org/10.1007/s11757-021-00677-6

SEMER, Marcelo. Sentenciando tráfico: o papel do juiz no grande encarceramento. 3. ed. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2020. https://doi.org/10.53071/boo-2022-07-02-62c04c08bc77b

SOARES, Gustavo Torres. Investigação criminal e investigações técnicas e tecnológicas. Belo Horizonte: D'Plácido, 2016.

STRECK, Lenio Luiz. As provas e o novo CPC: a extinção do poder de livre convencimento. In: DIDIER JÚNIOR, Fredie et al. Direito probatório. 2. ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 107-114.

SULLIVAN, Thomas; VAIL, Andrew; ANDERSON III, Howard. The case for recording police interrogations. Litigation, Washington DC, v. 34, n. 3, p. 30-38, 2008.

TARUFFO, Michele. La prueba de los hechos. 2. ed. Madrid: Trotta, 2005.

UNITED NATIONS HUMAN RIGHTS COUNCIL. Report of the Special Rapporteur on torture and other cruel, inhuman or degrading treatment or punishment on his mission to Brazil. 2016. Disponível em: <https://digitallibrary.un.org/record/831519?ln=en>. Acesso em: 19 dez. 2022.

VÁZQUEZ, Carmen. Prova pericial: da prova científica à prova pericial. Salvador: JusPodivm, 2021.

Downloads

Publicado

31.03.2023

Edição

Seção

DOSSIÊ: Injustiça epistêmica nos contextos penal e processual penal

Como Citar

Navarro Ribeiro Dantas, M., & de Lucena Motta, T. (2023). Injustiça epistêmica agencial no processo penal e o problema das confissões extrajudiciais retratadas. Revista Brasileira De Direito Processual Penal, 9(1). https://doi.org/10.22197/rbdpp.v9i1.791