A produção analógica da verdade no processo penal: desvelando a reconstrução narrativa dos rastros do passado

Autores

  • Salah Hassan Khaled Jr. FURG

DOI:

https://doi.org/10.22197/rbdpp.v1i1.9

Palavras-chave:

Processo penal, Verdade Correspondente, Ativismo judicial

Resumo

Este artigo pretende discutir o regime da verdade do processo penal, problematizando o conceito de verdade correspondente (real, material, substancial e relativa) a partir de uma epistemologia da passeidade, que procura atentar para a complexidade do tempo escoado que é o referencial cognitivo do processo penal: o conhecimento sobre o passado é construído a partir de rastros, conformando uma verdade analógica que é produzida narrativamente. Com isso, visa o rompimento do paradigma da verdade correspondente utilizada como sustentáculo da busca pela verdade real pelo juiz, resultando o famigerado ativismo judicial, maculando a estrutura acusatória do devido processo legal. A análise pretende superar o isolacionismo do discurso jurídico, atualmente deficitário diante dos novos paradigmas dos discursos dos demais campos do saber. 

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Biografia do Autor

  • Salah Hassan Khaled Jr., FURG

    Professor adjunto de Direito penal, Criminologia, Sistemas Processuais Penais e História das Ideias Jurídi- cas da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Professor permanente do mestrado em Direito e Justiça Social da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Doutor e mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Mestre em História (UFRGS). Especialista em História do Brasil (FAPA). Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (PUCRS). Licenciado em História (FAPA). Líder do Grupo de Pesquisa Hermenêutica e Ciências Criminais (FURG/CNPq). 

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Publicado

31.03.2015

Edição

Seção

Fundamentos de Direito Processual Penal

Como Citar

Khaled Jr., S. H. (2015). A produção analógica da verdade no processo penal: desvelando a reconstrução narrativa dos rastros do passado. Revista Brasileira De Direito Processual Penal, 1(1). https://doi.org/10.22197/rbdpp.v1i1.9