The Yara Gambirasio case and the (im)possibility of mass collection of genetic material from the brazilian population

Authors

  • Cinthia Obladen de Almendra Freitas Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba, PR, Brasil
  • Rafael Junior Soares Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Londrina, PR, Brasil
  • Raissa de Cavassin Milanezi Centro Universitário de Tecnologia de Curitiba – Curitiba, PR, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22197/rbdpp.v10i2.847

Keywords:

Genetic Data, Criminal investigation, Human Rights, Fundamental Rights

Abstract

The Yara Gambirario case stopped the community of Brembate di Sopra, in Italy, due to the disappearance of a teenager and the way in which the investigation was conducted to locate the suspect’s DNA. The investigation team collected the genetic material of more than 22,000 residents to then reach the perpetrator Massimo Bosseti. The case is analyzed and a parallel is drawn with Brazilian legislation, which allows the collection of DNA in favor of criminal prosecution, in order do answer the following questions: (i) does Brazilian legislation allow the mass collection of DNA to elucidate a criminal investigation? (ii) does Brazilian legislation authorize the collection of genetic evidence for a purpose other than that informed to the investigated person? The research used a deductive method, with a theoretical procedure and bibliographical and documental technique. It is concluded that, in Brazil, it is not possible to collect genetic material en masse to support criminal investigation, as it violates fundamental rights, human rights and criminal. In addition, it is not possible to collect personal evidence without the consent of the accused, due the violation of the right to non-self-incrimination.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

  • Cinthia Obladen de Almendra Freitas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba, PR, Brasil

    Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da PUCPR. Doutora em Informática Aplicada. Membro da Comissão de Direito Digital e Proteção de Dados da OAB/PR. Membro da Diretoria do Instituto Nacional de Proteção de Dados (INPD).

  • Rafael Junior Soares, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Londrina, PR, Brasil

    Doutor em Direito no PPGD da PUCPR. Mestre em Direito Penal pela PUC/SP. Professor de Direito Penal na PUC/PR, Campus Londrina.

  • Raissa de Cavassin Milanezi, Centro Universitário de Tecnologia de Curitiba – Curitiba, PR, Brasil

    Mestre em Direito no PPGD da PUCPR. Pós-graduada em Ciências Criminais e em Direito, Tecnologia e Inovação com ênfase em Lei Geral de Proteção de Dados. Professora de Direito Processual Penal na UNIFATEC. Advogada.

References

ÁVILA, Gustavo Noronha de; BORRI, Luiz Antônio. Lei de Execução Penal – Lei 7.210/84. In: BITTAR, Walter Barbosa (Org.). Comentários ao Pacote Anticrime: Lei 13.964/2019, artigo por artigo – incluindo a rejeição de vetos. 1. ed. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2021.

BORGES, Clara Maria Roman; NASCIMENTO, Deise dos Santos. A utilização de bancos de perfis genéticos para fins criminais: antigos e novos dilemas no cenário da necropolítica brasileira. Revista da Faculdade de Direito UFPR, Curitiba, v. 66, n. 2, p. 155-183, maio/ago. 2021. http://dx.doi.org/10.5380/rfdufpr.v66i2.74454

BORRI, Luiz Antonio; NORONHA, Gustavo Noronha de. Capítulo 5 – Lei de Execução Penal - 7.210/84. In: BITTAR, Walter Barbosa (Org.). Comentários ao pacote anticrime. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2021.

BORRI, Luiz Antonio; SOARES, Rafael Junior. A extração não compulsória de DNA para fins criminais e o direito ao silêncio. Boletim do IBCCRIM, nº. 272, julho de 2015.

CAMBI, Eduardo; PORTO, Letícia de Andrade. Pacote Anticrime e Banco de Perfis Genéticos. In: CAMBI, Eduardo; SILVA, Danni Sales; MARINELA, Fernanda. Pacote Anticrime: volume II. Curitiba: Escola Superior do MPPR, 2021.

CARVALHO, Maria Paes Barreto de Araujo. Intervenções corporais coercitivas, nemo tenetur se detegere e inovações tecnológicas: é o fim do direito de não produzir provas contra si mesmo?. Revista Brasileira de Ciências Criminais. vol. 188. ano 30. p. 291-336. São Paulo: Ed. RT, fevereiro 2022.

CERQUEIRA, Caio Cesar. Viabilidade de predição de fenótipos humanos na prática da genética forense: aspectos técnicos e jurídicos. In: SCHIOCCHET, Thaise; GARRIDO, Rodrigo Grazinoli. Bancos de perfis genéticos para fins de investigação criminal no Brasil: práticas periciais e impactos jurídico-sociais. V. I. Rio de Janeiro: Multifoco, 2018. p. 31-51.

DAGUER, Beatriz; SARTORIO; Anna Beatriz Ramos da Silva; SOARES, Rafael Junior. A extração compulsória do DNA prevista no art. 9-A da Lei de Execução Penal: uma análise dos avanços tecnológicos frente às garantias constitucionais do indivíduo. In: MARANHÃO, Douglas (Coord.). Lei de Execução Penal. Londrina: Editora Thoth, 2023, no prelo.

GLEIZER, Orlandino; MONTENEGRO, Lucas; VIANA, Eduardo. O direito de proteção de dados no processo penal e na segurança pública. Rio de Janeiro: Marcial Pons, 2021.

GRECO, Luiz. O inviolável e o intocável no Direito Processual Penal: considerações introdutórias sobre o processo penal alemão (e suas relações com o direito constitucional, o direito de polícia e o direito dos serviços de inteligência). In: WOLTER, Jünger. O inviolável e o intocável no direito processual penal: reflexões sobre dignidade humana, proibições de prova, proteção de dados (e separação informacional de poderes) diante da persecução penal. Trad. Alaor Leite, Eduardo Viana. 1. ed. São Paulo: Marcial Pons, 2018.

JACQUES, Guilherme Silveira; MINERVINO, Aline Costa. Aspectos éticos e legais dos bancos de dados de perfis genéticos. Revista Perícia Federal, Ano IX, n. 26, p. 17-20, jun./2007-ago./2008.

JIMINIÁN, Miguel Ernesto Valerio. Registros de ADN y prevención del delito. Barcelona, ES: Atelier, Libros Jurídicos, 2019. p. 104.

JONES, Tobias. The murder that has obsessed Italy. The Guardian. Europa, 8, janeiro, 2015. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/2015/jan/08/-sp-the-murder-that-has-obsessed-italy. Acesso em 03 out. 2022.

LOPES JÚNIOR, Aury Celso Lima. Direito Processual Penal. 18. ed. São Paulo: SaraivaJur, 2021.

MARGRAF, Alencar Frederico; CASTRO, Leticia Pereira; OLIVEIRA, Marcelo Geraldo. Banco de dados genético e o princípio nemo tenetur se detegere. Revista Brasileira de Ciências Criminais. Vol. 161/2019, p. 75-99, Nov/2019.

MELO E SILVA, Philipe Benoni. Fishing Expedition: a pesca predatória por provas por parte dos órgãos da investigação. Jota. 2017. Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/fishing-expedition-20012017. Acesso em: 25 abr. 2022.

MILANEZI, Raissa de Cavassin. Banco de Perfil Genético e Multibiométrico desde a perspectiva da proteção de dados pessoais e do Pacote Anticrime. Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2024.

NUCCI, Guilherme de Souza. Pacote Anticrime comentado: Lei 13.964. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

PEIXOTO JR., Hélio; MOSCATELLI, Lívia Yuen Ngan. Lei anticrime e o banco de dados genéticos: a expansão da vigilância e a falta grave na execução penal. Revista do instituto de Ciências Penais. Vol. 6, n; 1, jun.2021, p. 257-258.

PRATT, John. Penal Populism. London: Routledge, 2007.

QUEIJO, Maria Elizabeth. O princípio do nemo tenetur se detegere e a coleta do material genético: identificação criminal ou colaboração na produção de prova? Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM. São Paulo, 02 set. 2013. Disponível em: https://www.ibccrim.org.br/noticias/exibir/5857/. Acesso em: 30 abr. 2024.

SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal: parte geral. 6. ed. Curitiba: ICPC Cursos e Edições, 2014.

SCHIOCCHET, Taysa. A regulamentação da base de dados genéticos para fins de persecução criminal no Brasil: reflexões acerca do uso forense do DNA. Novos Estudos Jurídicos, v. 18, n. 3, p. 518-529, set./dez. 2013. https://doi.org/10.14210/nej.v18n3.p518-529

SOUZA, Rosane Feitosa de; SOUZA, Hudson Fernandes de. Da (in)constitucionalidade do banco de dados com perfil genético de condenados no processo penal. Revista Brasileira de Ciências Criminais. Vol. 165, p. 159-185, Mar/2020.

STAITI, Nicola; GENTILE, Fabiano; PILLI, Elena; LAGO, Giampietro. The Yara Gambirasio case: Collection strategy and mass screening used to find the perpetrator DNA in a difficult scenario. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1875176819300915. Acesso em 03 out. 2022.

SUX BERGER, Antonio H. G.; FURTAD O, Valtan T. M. M. Investigação criminal genética – banco de perfis genéticos, fornecimento compulsório de amostra biológica e prazo de armazenamento de dados. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, vol. 4, n. 2, p. 809-842, mai./ago. 2018. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v4i2.122

VASCONCELLOS, Vinicius Gomes de. Novas tecnologias e antigos clamores punitivos na justiça criminal: considerações em busca de critérios para a utilização de exames genéticos no processo penal. Revista Brasileira de Ciências Criminais. Vol. 110, p. 329-366, Set-Out/2014.

WOLTER, Jünger. O inviolável e o intocável no direito processual penal: reflexões sobre dignidade humana, proibições de prova, proteção de dados (e separação informacional de poderes) diante da persecução penal. Trad. Alaor Leite, Eduardo Viana. São Paulo: Marcial Pons, 2018.

Published

2024-07-29

Issue

Section

Criminal evidence theory

How to Cite

Freitas, C. O. de A., Soares, R. J., & Milanezi, R. de C. (2024). The Yara Gambirasio case and the (im)possibility of mass collection of genetic material from the brazilian population. Brazilian Journal of Criminal Procedure, 10(2). https://doi.org/10.22197/rbdpp.v10i2.847